domingo, 17 de fevereiro de 2008

Carnaval de Maragogipe vira bem imaterial.

Registros apontam uma longínqua tradição no carnaval maragogipano, deste 1893 o carnaval de Maragogipe é marcado pelos mascarados, fantasias e marchinhas que ilustram e iluminam a nossa festa. Maragogipe está sendo recompensada agora com a sua persistência, fruto da insistência dos seus cidadãos de não deixarem o seu carnaval morrer, coisa que muitas cidades do interior deixaram de ter, deixando prevalecer o Carnaval de Salvador, isto é considerado normal, pois a maioria das pessoas querem ver grandes atrações em suas festas e é justamente nesse momento que essas grandes atrações não deixam a cidade de São Salvador. Surge assim as micaretas daqui e de acolá deixando morrer o mais belo carnaval tradicional.


Chega de lamentar, Maragogipe não deixou isso acontecer, e o seu carnaval será considerado oficialmente patrimônio imaterial do Estado. No site da SECULT (Secretaria de Cultura do Estado da Bahia) diz que “até final de março (2008), a secretaria estadual de Cultura, através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), encaminha proposta de registro para que o governador Jaques Wagner analise e homologue essa manifestação cultural como bem intangível e patrimônio da Bahia.” E isto é fruto das atividades desenvolvidas pelo povo maragogipano durante séculos que atraiu a visão de grupos como a TVE e também do IPAC que desenvolveram um árduo trabalho de filmagem, fotografia e reunião de documentos que registrassem essa atividade secular.


Maragogipe merece, e os seus mascarados, travestidos, pierrôs e colombinas mais ainda, pois são eles que fazem a festa e continuam fazendo sem que ninguém peça, é uma tradição que é passada de pai para filho e que não precisa e não precisará jamais ser resgatada, pois ela está no cerne de todo maragogipano que a cada carnaval passado ou guarda a sua fantasia com muito carinho ou já começa a fazer outra mais bela ainda para o seu desfile pelas ruas da cidade.


A SECULT diz “Patrimônio imaterial é o bem intangível cultural que se transmite entre gerações, embora seja constantemente recriado. É produzido pelas comunidades e grupos sociais em função do ambiente em que se situam, da interação que mantêm com a natureza e da sua própria história. É o patrimônio imaterial que promove o sentimento de identidade e continuidade do grupo social, tornando-se, deste modo, elemento essencial de afirmação da diversidade cultural e do reconhecimento à criatividade humana.”