quarta-feira, 11 de junho de 2008

11 de junho - Batalha Naval do Riachuelo

Deflagrada a guerra, chamada de Tríplice Aliança, a Marinha, operando no centro inóspito do continente, subiu os rios, enfrentando as baterias instaladas nas margens e navios que rebocavam chatas com canhões de grosso calibre.
Assim foi travada a Batalha Naval do Riachuelo. Depois, o avanço pelos rios Paraná e Paraguai, apoiando a marcha do Exército, foi conduzido com os encouraçados fluviais, que eram atacados por centenas de canhões assestados nas barrancas e fortalezas; e pelas bogarantes, canoas repletas de guerreiros guaranis, que abordavam os navios brasileiros e travavam lutas de arma branca nos conveses, até serem expulsos.
Os problemas de manutenção do material - moderno, para a época -, e a resistência física das guarnições, encerradas em compartimentos de ferro, por meses seguidos, em clima tropical, constituíam dificuldades adicionais para a força naval. As baixas por moléstias superavam as devidas à ação inimiga.
Além de Riachuelo, a vitória final das armas brasileiras deve muito ao forçamento de perigosas passagens, como Curupaiti e Humaitá.
Finda a Guerra do Paraguai, houve um interregno de paz, lamentavelmente interrompido por agitações políticas.
A Marinha entrou novamente em combate em 1918, quando a campanha submarina alemã, na 1a. Grande Guerra, atingiu nossos mercantes, em razão do que assumimos o compromisso de enviar uma força naval para patrulhar a costa africana, entre Dakar e Gibraltar.
A Divisão Naval em Operações de Guerra - DNOG - composta por dois cruzadores, quatro contratorpedeiros, um tender e um rebocador, partiu em julho de 1918. Os maiores inimigos que enfrentou, além de um submarino nas proximidades de Freetown, foram as dificuldades marinheiras para abastecer os navios com carvão, em alto-mar, e a gripe espanhola, que grassou em Dakar e transformou a operação em tragédia, com tripulações inteiras atacadas simultaneamente, enquanto as patrulhas prosseguiam. A moléstia fez 176 vítimas mortais.
A 2ª Guerra Mundial encontrou a Marinha em situação material bastante precária, devido ao abandono a que fora relegada pelos governos. Assim, quando o submarino alemão U 307, na noite de 21 para 22 de agosto de 1942, nas costas de Sergipe, afundou cinco mercantes, com a perda de 607 passageiros, tínhamos muito pouco com que enfrentar o inimigo que ameaçava nossas linhas de navegação. Mas, com enorme esforço e com o auxílio norte-americano, em pouco tempo dispúnhamos de uma frota anti-subma-rinos bem equipada e aguerrida.
Nossa principal tarefa foi a de garantir a proteção dos comboios que trafegavam entre Trinidad, no Caribe, e Florianópolis, em nosso litoral sul. Foram eles 574, formados por 3.164 mercantes, dos quais, apenas três foram afundados. E não porque não houvesse submarinos. Dezesseis deles foram destruídos no Atlântico Sul, muitos por aviões, depois de avariados por ataques de unidades de superfície. Documentos alemães confirmam que realizamos 66 ataques contra seus submarinos.
Coube, ainda, à Marinha, a escolta do transporte da FEB até Gibraltar e o patrulhamento oceânico contra os furadores de bloqueio, navios que traziam mercadorias do Oriente para a Alemanha.
A Marinha envolveu-se nesse conflito por mais tempo do que o próprio país, uma vez que sua participação se iniciou em outubro de 1941, com o posicionamento da Corveta Camaquã, em patrulha, no litoral do Nordeste e só terminou alguns meses após o fim da guerra, depois de assegurado que o Atlântico Sul estava efetivamente livre de submarinos desinformados quanto ao término do conflito.
Em quatro anos de intenso trabalho, a Marinha perdeu 500 dos sete mil homens que manteve no mar. Nos 50 anos que se seguiram à Guerra Mundial, a evolução não cessou, apesar das dificuldades orçamentárias e, por vezes, incompreensões.
Hoje, bem equipada, no que tange à qualidade, a Marinha desempenha o papel reservado do Poder Naval em tempo de paz, funcionando como elemento dissuasor ao estabelecer um custo elevado a eventuais opções militares de adversários em potencial, respaldando a ação política do governo no campo das relações internacionais e mantendo-se atualizada, pronta a se expandir quando necessário.
Pesquisa: www.mar.mil.br/Marinha_do_Brasil/menu_historia.htm